“Monólito
Terciário Legendário lá no sertão” (Do Hino do Município).
Elevação
íngreme, em pleno sertão aracoiabense, ocupando, aproximadamente, 12 km de
circunferência e 320 metros de altitude (segundo escaladores que subiram e
mediram no dia 17 de maio de 2008 , tem sua forma bastante semelhante ao Pão se
Açúcar, do Rio de Janeiro. Devido ao brilho refletido pela composição rochosa,
que lhe deu origem, e pelos ecos que ressoam de suas concavidades e de seus
largos flancos e também por se constituir uma imensa e altaneira montanha de
pedra, torna-se, por esta razão, uma verdadeira “Concha Acústica” da natureza,
em meio à amplidão da planície, que se estende a seu redor. Daí por que lhe é a
legendária fama de um palácio de ouro Encantado, de onde advêm fabulosos contos
(...).
Segundo
Dr. Salomão Alves de Moura Brasil (In memoriam), a gigantesca pedra servia
muitas vezes de orientação para viandantes e navegantes em alto mar - “Como
atalaia, é referência ao viandante,Como atalaia, é referência ao viandante, ao
navegante, na imensidão” (Do Hino do Município).
Muitos
sonharam e tentaram escalar aquela pedra “encantada e misteriosa”, localizada
na propriedade do Sr. César Guedes Alcoforado (In memoriam). Hoje, pertence a
sua filha, Sra. Margarida Maria Pessoa Guedes, esposa do Sr. Luís Osmando
Oliveira Guedes.
Em
1958, durante a calamitosa e trágica seca que assolou os sertões cearenses
(FUNCEME), surgiram as chamadas “Frentes de Emergência”, cujo objetivo era a
construção de açudes e estradas. E a mão-de-obra especializada denominava-se de
“cassacos” (homens que trabalhavam nessas construções). Segundos relatos dos
mais experientes que dois cassados, aventureiros, o Sr. Francisco Rodrigues de
Araújo, conhecido por Chico Rodrigues e o Sr. Valdir Lino, escalaram a famosa
pedra, quebrando o tabu existente, relacionado à exploração da mesma. Um deles
deixou, como bandeira demarcatória, um saco de farinha de trigo.
Em
2001, o Sr. Raimundo Antônio da Silva, um ex-cassaco, hoje reside em São Paulo,
afirmou na época que, umas vinte pessoas (cassacos) conseguiram escalar até a
metade da pedra.
Em
outro depoimento dado Sra. Maria Garcia, soube que seu esposo, o Sr. Francisco
Roque, o Putico, como era chamado, em 1981, também quebrou o velho tabu,
realizando o sonho de escalar o majestoso monólito, desvendando, assim, os
mistérios que resistiram ao tempo. Conforme o relato do Sr. Putico, como nos
informou sua esposa, deduzimos que ele foi mais longe, pois afirmou ter
encontrado solo, vegetação e parte semelhante a um salão, realidade,
aliás, condizente com a lenda, onde certamente, aconteciam festas do reino.
Ao
descer da pedra, sua esposa soube que, segundo a mesma lenda. “ser humano
nenhum” conseguiria sobreviver, após a escalada do monólito.
Coincidência
ou não, o Sr. Francisco veio a falecer um ano depois.
Infelizmente,
esses relatos não foram comprovados de fato, por não existirem documentos
comprobatórios; a única prova foi o saco deixado em forma de bandeira, para
afirmar a veracidade do fato heróico.
Em
novembro de 1985, o jovem cinegrafista Giovani Lima Verde Oliveira formou uma
equipe composta por Carlinhos Lima verde (seu irmão), Francisco Lusmar Paz,
Alex Rabelo Lima Verde, Saulo Rabelo Lima Verde, Robertinho Silvestre e Noelier
Soares Figueiredo. Essa turma conseguiu escalar dois terços da cobiçada pedra,
sendo impedida a continuação da escalada, devido ao tempo que estava a
escurecer. Os mesmo foram obrigados a permanecer toda a noite na pedra, sendo
que, de madrugada, veio uma forte chuva, realidade que impediu o restante da
escalada do monólito.
Também
fizeram parte dessa equipe (permanecendo na casa de Dona Margarida), os
operadores de rádio: Luís Filho e Luís César. Os patrocinadores da referida
equipe foram o Sr. João, que ofereceu o jeep e rádios amadores, com o apoio do
casal Luís Osmando e Margarida Guedes. Há documentos comprobatório dessa
aventura, através de fotografias e fitas de vídeo (acervo do Giovani Lima
Verde).
Durante
esses dois últimos anos (2008/2009) a gigantesca pedra tem recebido vários
escaladores de diversos lugares do Brasil, com intuito de escalar e deslumbrar
sua magnífica beleza. Agora sua escalada não é um sonho é uma realidade.
Pedra
Aguda, a pedra dos sonhos, a pedra das lendas, a pedra das aventuras, a pedra
aracoiabense!
Tempo de Trilha: 30 min.
Descrição:
Para chegar na pedra é bem fácil, pois é possível avistá-la ainda da
BR. Atravesse Aracoiaba e em uma rotatória vire à esquerda, à direita
fica a estrada para a cidade de Baturité. Rode por cerca de 10 Km em uma
estrada de chão, passe por uma igrejinha e pare o carro no sítio do Sr.
Luís, uma porteira à direita com troncos atravessados marca a entrada.
Peça permissão para entrar e para estacionar o carro dentro da
propriedade.
Para a Variante Peperonni, siga uma trilha para a esquerda e continue em
direção à pedra até encontrar uma casa abandonada. Continue a trilha
tendo como base os grandes blocos de pedra mais à frente, no meio do
mato. Ao chegar nesses blocos, vá pelo seu lado esquerdo e comece a
subir a trilha em direção à rocha. Siga à esquerda da grande rampa
escura e em direção às palmeiras que indicam o o início da segunda
enfiada. Pode ser necessário seguir os caminhos das águas, na época das
chuvas, com a trilha mais fechada. A base da via fica em uma chaminé
aberta, que é feita sem proteção, e segue por um trepa-pedra com mato.
A Variante Peperonni é a rota mais usada, já que o início da Normal da
Aguda está praticamente abandonado.
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