quinta-feira, 26 de abril de 2012

Pedra Aguda, a pedra dos sonhos, a pedra das lendas, a pedra das aventuras!


“Monólito Terciário Legendário lá no sertão” (Do Hino do Município).

Elevação íngreme, em pleno sertão aracoiabense, ocupando, aproximadamente, 12 km de circunferência e 320 metros de altitude (segundo escaladores que subiram e mediram no dia 17 de maio de 2008 , tem sua forma bastante semelhante ao Pão se Açúcar, do Rio de Janeiro. Devido ao brilho refletido pela composição rochosa, que lhe deu origem, e pelos ecos que ressoam de suas concavidades e de seus largos flancos e também por se constituir uma imensa e altaneira montanha de pedra, torna-se, por esta razão, uma verdadeira “Concha Acústica” da natureza, em meio à amplidão da planície, que se estende a seu redor. Daí por que lhe é a legendária fama de um palácio de ouro Encantado, de onde advêm fabulosos contos (...).
Segundo Dr. Salomão Alves de Moura Brasil (In memoriam), a gigantesca pedra servia muitas vezes de orientação para viandantes e navegantes em alto mar - “Como atalaia, é referência ao viandante,Como atalaia, é referência ao viandante, ao navegante, na imensidão” (Do Hino do Município).
Muitos sonharam e tentaram escalar aquela pedra “encantada e misteriosa”, localizada na propriedade do Sr. César Guedes Alcoforado (In memoriam). Hoje, pertence a sua filha, Sra. Margarida Maria Pessoa Guedes, esposa do Sr. Luís Osmando Oliveira Guedes.
Em 1958, durante a calamitosa e trágica seca que assolou os sertões cearenses (FUNCEME), surgiram as chamadas “Frentes de Emergência”, cujo objetivo era a construção de açudes e estradas. E a mão-de-obra especializada denominava-se de “cassacos” (homens que trabalhavam nessas construções). Segundos relatos dos mais experientes que dois cassados, aventureiros, o Sr. Francisco Rodrigues de Araújo, conhecido por Chico Rodrigues e o Sr. Valdir Lino, escalaram a famosa pedra, quebrando o tabu existente, relacionado à exploração da mesma. Um deles deixou, como bandeira demarcatória, um saco de farinha de trigo.
Em 2001, o Sr. Raimundo Antônio da Silva, um ex-cassaco, hoje reside em São Paulo, afirmou na época que, umas vinte pessoas (cassacos) conseguiram escalar até a metade da pedra.
Em outro depoimento dado Sra. Maria Garcia, soube que seu esposo, o Sr. Francisco Roque, o Putico, como era chamado, em 1981, também quebrou o velho tabu, realizando o sonho de escalar o majestoso monólito, desvendando, assim, os mistérios que resistiram ao tempo. Conforme o relato do Sr. Putico, como nos informou sua esposa, deduzimos que ele foi mais longe, pois afirmou ter encontrado solo, vegetação  e parte semelhante a um salão, realidade, aliás, condizente com a lenda, onde certamente, aconteciam festas do reino.
Ao descer da pedra, sua esposa soube que, segundo a mesma lenda. “ser humano nenhum” conseguiria sobreviver, após a escalada do monólito.
Coincidência ou não, o Sr. Francisco veio a falecer um ano depois.
Infelizmente, esses relatos não foram comprovados de fato, por não existirem documentos comprobatórios; a única prova foi o saco deixado em forma de bandeira, para afirmar a veracidade do fato heróico.
Em novembro de 1985, o jovem cinegrafista Giovani Lima Verde Oliveira formou uma equipe composta por Carlinhos Lima verde (seu irmão), Francisco Lusmar Paz, Alex Rabelo Lima Verde, Saulo Rabelo Lima Verde, Robertinho Silvestre e Noelier Soares Figueiredo. Essa turma conseguiu escalar dois terços da cobiçada pedra, sendo impedida a continuação da escalada, devido ao tempo que estava a escurecer. Os mesmo foram obrigados a permanecer toda a noite na pedra, sendo que, de madrugada, veio uma forte chuva, realidade que impediu o restante da escalada do monólito.
Também fizeram parte dessa equipe (permanecendo na casa de Dona Margarida), os operadores de rádio: Luís Filho e Luís César. Os patrocinadores da referida equipe foram o Sr. João, que ofereceu o jeep e rádios amadores, com o apoio do casal Luís Osmando e Margarida Guedes. Há documentos comprobatório dessa aventura, através de fotografias e fitas de vídeo (acervo do Giovani Lima Verde).
Durante esses dois últimos anos (2008/2009) a gigantesca pedra tem recebido vários escaladores de diversos lugares do Brasil, com intuito de escalar e deslumbrar sua magnífica beleza. Agora sua escalada não é um sonho é uma realidade. 

Pedra Aguda, a pedra dos sonhos, a pedra das lendas, a pedra das aventuras, a pedra aracoiabense!


                    


 Tempo de Trilha: 30 min.
Descrição: Para chegar na pedra é bem fácil, pois é possível avistá-la ainda da BR. Atravesse Aracoiaba e em uma rotatória vire à esquerda, à direita fica a estrada para a cidade de Baturité. Rode por cerca de 10 Km em uma estrada de chão, passe por uma igrejinha e pare o carro no sítio do Sr. Luís, uma porteira à direita com troncos atravessados marca a entrada. Peça permissão para entrar e para estacionar o carro dentro da propriedade. Para a Variante Peperonni, siga uma trilha para a esquerda e continue em direção à pedra até encontrar uma casa abandonada. Continue a trilha tendo como base os grandes blocos de pedra mais à frente, no meio do mato. Ao chegar nesses blocos, vá pelo seu lado esquerdo e comece a subir a trilha em direção à rocha. Siga à esquerda da grande rampa escura e em direção às palmeiras que indicam o o início da segunda enfiada. Pode ser necessário seguir os caminhos das águas, na época das chuvas, com a trilha mais fechada. A base da via fica em uma chaminé aberta, que é feita sem proteção, e segue por um trepa-pedra com mato. A Variante Peperonni é a rota mais usada, já que o início da Normal da Aguda está praticamente abandonado.

Vias da Aguda
Fonte:www escaladanoceara.com.br


 Croqui de Vias
Fonte: www.escaladanoceara.com.br



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