sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Dois potiguares mochilando BRASIL X PERU via Acre

Segue o relato/diário de viagem de Franklin e sua companheira Gercimália mochilando Brasil x Perua via Acre partindo de Natal-RN, vale a pena conferir o relato, relaxa e curte a viagem!!!

Primeiro dia de viagem: depois de uma noite de pouco sono, tudo devido eu (Franklin) ter deixado para última hora a arrumação da mala, acordamos às 4:30 da matina e fomos ao aeroporto. Pegamos o voo das 7:00 com destino a Brasília, cheio de assessores e políticos, não sei porque, mas acho que segunda e terça o congresso não funciona. Pois bem, saímos de Brasília com destino a Rio Branco (AC), chegamos e já percebemos a diferença no fuso (1 hora a menos), muito verde, lógico estamos no meio da floresta, quente que parece Mossoró (RN). Agora é descansar e amanhã botar o pé na estrada para a primeira parte da viagem ao Peru.
Diário de viagem, segundo dia: Resolvemos ficar hoje em Rio Branco, pois o ônibus que sairia direto para Cusco estava lotado, logo fomos à rodoviária e pegamos as informações para irmos amanhã no falado modo "pinga-pinga": Brasiléia - Assis Brasil - Inãpari - Puerto Maldonado.
Então aproveitamos o dia para fazermos um City Tour pela cidade, o centro é muito bonito, muitas praças arborizadas, e praticamente todos os órgãos públicos ficam no mesmo quarteirão. Há um terminal de ônibus central, onde todas as linhas que cortam a cidade passam por lá. Agora aeroporto, rodoviária e shopping ficam todos fora da cidade. Curiosidade: São Paulo é conhecida como a cidade cinza, devido a quantidade de prédios e a poluição. Rio Branco deveria se conhecida como a cidade vermelha, pois como estamos no meio da floresta a terra predominante aqui é vermelha, então as calçadas, ruas, asfalto, coletivos, em tudo você vê a predominância da terra, é como se a areia fosse levada pelo vento dentro da cidade.
Amanhã é acordar cedo e irmos rumo à fronteira do Brasil, conhecer o interior do Acre e chegarmos ao interior do Peru.
Diário de viagem terceiro dia: Saímos de Rio Branco (AC) às 8:00 da manhã com destino a Brasiléia (AC), lá trocamos de carro e fomos a Assis Brasil (AC), lá paramos na fronteira, carimbamos os passaportes (para os países do mercosul não é necessário o passaporte, pode ser o RG, porém deve ter sido tirado nos últimos 10 anos), após carimbado o taxista nos deixou em um restaurante self service (Giral Grill) de comida boa, barata, e com uma grata surpresa, havia um músico (professor de música) que estava tocando teclado com um vasto repertório que ia desde Queen até Europe e etc., ou seja, música de alta qualidade.
Após almoçarmos pegamos um condução (aqueles carrinhos tuc tuc) que nos levou até a Aduana Peruana (para entrar temos que preencher um mini formulário), de lá fomos deixado na Plaza de Armas (é a praça central de todas as cidades Peruanas), lá pegamos uma outra condução (uma vã um pouco velhinha) até Puerto Maldonado. A curiosidade fica por parte do motorista que lá pelo meio da viagem, quando todos estavam dormindo (menos eu), começou a dar umas piscadelas (leves cochilos), nessa hora nem precisa dizer né que fiquei com aquilo trancado ao extremo (rs), para ver se ele acordava comecei a assoviar, mas ele só despertou mesmo quando começou a tocar no rádio o atual sucesso da música brasileira É o Amor de Zezé e Luciano, que por falar nisso atualizei meu repertório nessa viagem, raça negra, João Paulo e Daniel, Zezé e Luciano e etc. (rs). Mas graças a Deus chegamos bem em Puerto Maldonado, agora é dormir, acordar cedo e subir as montanhas rumo a Cusco.

P.S.: Sandro Mackenzie valeu por toda consultoria nessa empreitada, e para ficarem sabendo o real tá desmoralizado mesmo, cotação 1 real compra 1,05 soles. 1 dólar compra 2,75 soles, ou seja quem vier é melhor trazer dólar.
Diário de viagem quarto dia: Saímos de Puerto Maldonado às 10:00 com destino a Cusco, por já ter visto o relato de outras pessoas separei uns comprimidos de Dramin (sabia que iria precisar). A viagem é de 500 km, logo recomendo a empresa para quem vier (Movil Tour), ótimas poltronas no primeiro andar e em baixo Camas semi-leito, que deitam para a pessoa relaxar, tem serviço de bordo com uma “rodomoça” (não sei como se chama a “aeromoça” do ônibus (rs)), pois bem música peruana (desde pop até rock) e o ápice do serviço: CINCOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO filmes de piranhas (não aquelas da augusta em SP (rs)). Piranhas I, O ataque das piranhas, Piranhas não sei o que e não sei o que lá... Overdose de piranhas.
Pois bem, depois de algumas horas de viagem e piranhas, começamos subir as montanhas, aí vem a dica: quem vier de ônibus para Cusco, venha pela manhã, não tem como descrever, é de arrepiar. Agora é lógico que subir as montanhas tem seus problemas: frio pra burro, mas não um frio que estamos acostumados, é geladooooooooooooo. Segundo, não é todo mundo que tem problemas com o mal de altitude, mas pode sim passar mal nos primeiros momentos, ou até no primeiro dia, mas calma o corpo irá se adaptar. Terceiro, acontece que a viagem é longa, logo anoitece e ainda estamos subindo, aí veio o macete do Dramin, praticamente somente eu e a pequena não vomitamos, foi uma festa no ônibus.
Chegamos em Cusco, acontece que a cidade estava cheia e hotel, pousada que é bom, lotado, fiquei totalmente impaciente, se não fosse a pequena eu teria tido um treco. Depois de procurar encontramos um, nos instalamos, banho tomado, fomos para a rua. GELOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO, pessoal tragam roupa de frio, aqui a noite o negócio aperta feio. Voltamos para o Hostel e capotamos.


Diário de viagem quinto dia: Acordamos, decidimos, com mais calma, procurar um novo hostel, mais barato e acessível, encontramos, nos instalamos e fomos resolver algumas coisas: fechar os pacotes para Machu Picchu e para Puno, encontramos algumas agências, fizemos as devidas pesquisas e chegamos a conclusão de qual escolher. Blz, tudo resolvido, fomos sacar dinheiro, para não mexermos no que já estava conosco. Aconteceu o seguinte, não podíamos sacar, simplesmente não reconhecia o Banco do Brasil, ou seja dinheiro contado e não poderíamos ir para os dois passeios, deveríamos escolher somente um, retornando para o Brasil em seguida. A pequena se revoltou e foi atrás da solução, telefone em mão, notebook aberto e pesquisamos. Encontramos a resposta do problema, o Brasil simplesmente por achar o Peru um país de risco para clonagem de cartão, impossibilita o saque alto, ou seja, no Peru só se pode fazer vários saques pequenos, ou ir a um banco com o passaporte, pagar uma taxa e sacar. Resolvido o problema fomos curtir a cidade de Cusco.
Fomos ao Mercado de São Pedro, muito legal, é a sulanca (feira de rua) maior, e passeamos por diversos pontos turísticos, todos muito bonitos, é de arrepiar o quanto Cusco é linda, já tinha ouvido de uma pessoa que não podemos morrer e não visitar Cusco, e tinha razão, façam uma força quem puder, visitem, vale a pena. Quem gosta de festa, pubs e etc, tem. Quem gosta de história é só o que não falta, quem gosta de natureza, estará no lugar certo. Pois bem, demos muita sorte, pois escolhemos setembro por motivos de baixa temporada, não chove nesse período, mas simplesmente no dia 08 de setembro é que é comemorado dia da Virgem de La Natividad, a padroeira dos pobres. A cidade lotou, de gente do mundo todo, e houve desfiles, comemorações, uma coisa mais linda que outra, muita cultura. Pois bem, esse foi o dia de hoje, um dia para nos fazer sorrir.


Diário de viagem sexto dia: Acordamos e saímos para resolver algumas coisas, o principal era fechar o pacote para Machu Picchu. Fomos em uma agência que já havíamos visitado, negociamos os valores e surpresa, em Cusco não há necessidade de fechar os pacotes (hospedagens e etc.) antecipadamente, com paciência consegue-se descontos e preços bons, pois a variedade de tudo é grande, hospedagem, alimentação e etc. Agora quando se trata de visita a Machu Picchu não, com mais antecedência os valores serão melhores, mais tarde preço mais caro, então a surpresa foi o aumento dos pacotes em 13,43 % em um dia, infelizmente não havia o que fazer e fechamos o pacote.
Fechado o pacote resolvemos fazer um tour pela cidade, dessa vez pegamos um ônibus de turistas, aqueles tipo de Londres, saímos às 12:00 h. Conselho: levem casaco caso façam um passeio desse, pois ele passa pela cidade de Cusco (área central) até arredores, na parte alta da cidade, quando falo alta é tipo, área central de Cusco está 3.400 m acima do nível do mar, a parte alta quase uns 4.000 m (rs). Visitamos e vimos a cidade de cima, fomos ao local que eles celebram o Festival do Sol, celebração milenar.
Hoje vendo as igrejas e monumentos históricos refleti sobre o quanto é bonita a cidade, mas que muitas das construções foram feitas em cima de matança da população Inca, uma vez que Cusco era a capital do império Inca (um dos maiores impérios antigos conhecido), e com a chegada dos espanhóis ao continente houve praticamente genocídio da população. Logo com o poder dos espanhóis muita da arquitetura local foi mudada, lógico que esse fato não tira a beleza das construções (imponentes), mas que deixa um pouco suja a história isso sim.
Amanhã iremos sim ao nosso objetivo inicial, MACHU PICCHU.
Diário de viagem sétimo dia: acordamos cedo para embarcarmos para Águas Calientes (município de Machu Picchu), depois de tomado um belo café da manhã fomos encontrar o agente de viagem, que demorou, mas apareceu na hora combinada. Levou-nos até o ponto onde a van saiu, acreditávamos que iríamos de ônibus, pois o agente havia dito que iríamos de executivo até Ollantaytambo, vai ver que executivo é a van deles, ou fomos enrolados. Começamos bem.
A van era uma torre de babel, gente do mundo todo, Franceses, Ingleses, Brasileiros e um personagem que marcou essa parte da viagem, um sujeito figuraça que estava com um filhote de labrador, e gostava de trocar uma maior ideia. Eu e a pequena trocamos um breve papo com “o figura” e com seu mascote (o cachorrinho). O cara o tempo todo cantava todas as canções que estava a tocar no rádio, e quando a música acabava ela do fundão da van gritava: “Papito cadê La musica?”. Mas nessa parte da viagem teve sim um emoção particular, ao sair de Cusco pegamos a estrada para Machu Picchu, estrada essa que passa próximo dos Andes peruanos, visão linda que faz pensar como somos pequenos perto de um mundo tão lindo e que quase nunca paramos para ver.
Uma hora e meia de viagem e chegamos a Ollantaytambo, conselho aos meus amigos que curtem pipa, essa cidade é show, muito aconchegante, lembra Pipa, Olinda e outras cidades no mesmo naipe. Vale a pena se vier ao Peru ficar alguns dias na cidade de Ollantaytambo.
Pegamos o trem e fomos para Águas Calientes, é tipo a cidade base para Machu Picchu, onde se encontra a prefeitura. Aqui vale um asterisco no relato: "Sandro Mackenzie, não fizemos a trilha, mas acho que um dia voltarei para fazer. Ter um visual com as montanhas, a neve, os rios que descem as montanhas e cortam todo o caminho, não tem como pagar”. Voltando ao relato, a cidade de Águas Calientes é muito aconchegante, bem pequena, mas com uma energia incrível. Por onde anda na cidade é só olhar para cima e ver que ela se encontra no centro de montanhas de uns 3000 metros que a protegem de tudo, por isso o local foi bem escolhido pelos Incas. Aproveitamos o dia para andar pela cidade a aproveitá-la o máximo. Amanhã é subir a
Machu Picchu e retornar a Cusco para planejar a segunda parte da viagem.
P.S.: Minha pequena está pedindo para falar de como está impressionada com os TOBYS (nome que ela dá para todo cachorrinho que ela encontra, aí está a foto de um deles: TOBY I), eles estão por todas as cidades, e ninguém os maltrata, ao contrário a população peruana tem muito respeito pelos animais.

Dário de viagem oitavo dia: acordamos, tomamos café e saímos para o local de saída dos Ônibus (para a subida à cidade perdida de Machu Picchu). Existem duas maneiras de subir de Águas Calientes para Machu Picchu, a pé por trilha e de ônibus. Como estávamos com o tempo contado e deveríamos estar de volta à estação ferroviária à 14h, escolhemos a primeira opção, subir de ônibus. A subida é rápida, e o visual belíssimo, saindo de Águas Calientes só se ver as montanhas, que para quem gosta de escalar já é um prato cheio, imaginasse diversas possibilidades, vias e etc., mas acredito que seja proibido por ser patrimônio mundial, sem falar que a rocha é cheia de vegetação. Pois bem, voltando para a subida, ao tempo que vai subindo vão tomando formas as coisas, e o que parecia ser apenas as montanhas que circundam Águas Calientes mostra ser muito mais. A cidade de Machu Picchu, a montanha que está localizada Huayna Picchu e a própria montanha de Machu Picchu que é bem maior que as outras duas.
Chegando lá na porta de entrada há diversas pessoas e diversos guias abordando, aqui vale alguns lembretes: Se quem for para Machu Picchu for por agência pode ficar tranquilo, pois terá tudo em mãos, entradas, guia, passagens e etc. Agora quem for por conta própria façam alguns contatos antes, tipo, comprar as entradas em Cusco ou em Águas Calientes, o número é restrito a 2.500 visitantes por dia. Com relação a guia é opcional, vale a pena por saber a história da população Inca e do santuário de Machu Picchu. E com relação a Huayana Picchu aí sim, tem que comprar com um mês de antecedência as entradas, pois é restrita à 200 pessoas por dia.
O santuário é incrível e para quem gosta de história (tal qual essa pessoa que vos escreve) é um prato cheio, apesar de algumas coisas que o guia diz parecer mais para turista ver, a história dos Incas é incrível, como foi que o governo peruano soube da cidade de Machu Picchu, e as disputas que até hoje tem com a Universidade de Yale que tem milhares de objetos pertencentes aos Incas e que não devolveu ao governo Peruano (acordo de estudar e depois devolver). No santuário tudo tem um por que, e para a época o conhecimento dos Incas era hiperavançado, conhecimento esse que é usado até hoje, tipo as drenagens do solo para fazer escoar as águas das chuvas.
Foram duas horas com o guia, depois ficamos livres para andar, tirar fotos, sentar e observar Machu Picchu. Descemos, almoçamos, pegamos o trem e chegamos a Cusco, e para a alegria dos dois, a cidade estava lotada, pois estava havendo a largada do campeonato peruano de Rally, ou seja, trânsito infernal, povo na rua, pilotos sendo fotografados e eu e a pequena no meio da fusaca querendo chegar na pousada (rs), mas foi divertido.
Com relação a Machu Picchu era nosso objetivo inicial, agora é pensar hoje e planejar o próximo passo, mas deixo aqui uma nota para os amigos que pensam um dia vir aqui e gostam de aventura: façam um planejamento e se der façam o percurso da trilha inca, são cinco dias e quatro noites (400 km acho) até o santuário de Machu Picchu, pelo que eu soube passa por locais lindíssimos e quando chega em Machu Picchu é recompensador.
Diário de viagem nono dia: Por fim terminamos a primeira parte da viagem, sentamos para planejarmos a segunda parte, ocorreu que depois de analisarmos todos os pontos, dinheiro, tempo, e atrações que poderia ter, chegamos à conclusão de ficarmos em Cusco.
Por que isso, simplesmente que ir a Puno demandaria mais tempo de viagem (deslocamento), o que tornaria a viagem de volta mais cansativa, pois como o pessoal da escalada sabe, a subida até o cume é apenas a metade do caminho. Pois bem, com a decisão de ficarmos em Cusco, fomos atrás do que fazer. Conseguimos marcar uma visita ao vale sagrado dos Incas, que vai de Pisac até Ollantaytambo. Como a visita hoje não entrará no relato, mas amanhã postarei sobre.
Hoje falarei um pouco dos locais aqui em Cusco. Café da manhã para quem quer economizar pode deve tomar na própria pousada (se a mesma oferecer), mas quem estiver disposto a pagar pelo café, com boa música, boa comida e bom ambiente, indico o La Bondiet, agora vale salientar que não é aquele café da manhã tradicional que estamos acostumados no Brasil (coisa que ainda não encontrei aqui).
Para o almoço ou janta um local agradável, central e de bom atendimento indico a Tratoria do Adriano, os pratos são bastante fartos, os valores são em média parecidos com o do Brasil, ou seja não são baratos, mas também não são extremamente caros. Uma ideia é fazer como eu a pequena estamos fazendo, pedimos um prato único e dividimos por dois, já que são bastante fartos.
Um local legal para visitar é o mercado de São Pedro, dá para ir a pé da Plaza Del Armas, lá se consegue comprar artesanato mais barato e de boa qualidade, agora prepare-se para pechinchar, caso contrario os preços irão ser exorbitantes, já que a cidade é cheia de turistas europeus e os peruanos sabem disso.
Outro local bom é o museu do chocolate, tem uma breve história sobre os benefícios do chocolate, além, claro, de ter uma lojinha com variados tipos de chocolates. Mas uma coisa legal para fazer-se no museu é que três vezes ao dia você pode ter uma breve aula de como preparar chocolate e fazer o seu próprio.
E para finalizar, o museu Inca, incrível tudo que tem lá, principalmente a parte relacionada ao povo Inca, desde artefatos de guerra, cozinha, religioso. Fotos antigas, e múmias reais encontradas.
Esse foi um pouco dos nossos dias em Cusco, agora é passear hoje, arrumar a mala e retornar ao Brasil.
Nota P.S. da Pequena: vale a pena andar e pesquisar os preços para comprar as boas e velhas lembranças. Há vários pequenos centros de artesanato por toda a Av. Del sol e, os preços e as possibilidades de negociação variam bastante.
Nota P.S. 2 da pequena: andamos por 2 hotéis até nos estabelecermos em nosso lar temporário (hostal margarita). O primeiro, de luxo, cobrou caro e em dólar,mas era o que tinha para aquela noite em que chegamos morrendo de frio. O segundo, não recomendo nem ao pior inimigo. Frio como a moléstia, barulhento (piso de madeira), cama péssima que me deu uma dor muscular torácica que me deixou quase sem respirar e a recepção que não fazia questão nenhuma de nos entender.
Nota P.S. 3 da pequena: não esperem um café da manhã como o do Brasil. O café se resume a pão (às vezes duro) margarina (se luxo, manteiga), geleia e cháfé (se luxo dão leite) e tudo frio ou prestes a esfriar em um segundo.

Diário de viagem décimo dia: saímos logo cedo para o passeio ao Vale Sagrado dos Incas, não sabíamos o que esperar, ainda mais por que acreditávamos que para superar Machu Picchu seria difícil, erramos. Inicialmente saímos de Cusco em direção à cidade de Pisac, a cidade que desde antigamente é a principal produtora de prata do país, infelizmente os comerciantes acham que só tem prata aqui no Peru, então um anel que no Brasil custaria R$ 30,00, aqui custa S 80,00 (vale revisar a cotação do real em relação ao nuevo soles: R$ 1,00 = S 1,10).
Passamos em média quinze minutos neste local e fomos ao sítio histórico de Pisac. Aí sim, o passeio começou a ficar bom, pois Pisac foi durante muito tempo a principal cidade do império Inca e, uma curiosidade, nas ruínas de Pisac está localizado o maior cemitério Inca.
As ruínas de Pisac estão localizadas a 3.800 metros de altitude, logo o frio é muito grande! Mas, a surpresa não foi o frio, foi a “sorte” que tivemos de chover granizo enquanto estávamos lá.
Saímos de Pisac e passamos por Urubamba, onde almoçamos (até que enfim comemos arroz com feijão) e fomos para Ollantaytambo, visitar as ruínas de seu antigo império. Durante todo o trajeto dá para se deliciar com as belas paisagens.
E para terminar, fizemos uma breve (e congelante) parada em Chincheros. Fomos recepcionados por artesãs locais que nos contaram, de forma divertida, a arte de tear, nos ofereceram chá de coca (que ainda não tivemos coragem de experimentar) e nos brindaram com muita simpatia.
Uma coisa é certa, para quem vier ao Peru com o intuito de ir só a Machu Picchu, procure fazer o tour do vale sagrado, pois se impressionará muito mais. E, uma coisa bacana, é que há possibilidade de unir os dois passeios. Algumas pessoas compraram o tour do vale sagrado aproveitaram até Ollantaytambo (penúltima parada) e de lá pegaram o trem para Águas Calientes.
— com Gercimália Dantas.

Diário de viagem Décimo primeiro dia: Bem, esse é o último relato, uma vez que chegamos hoje de volta a Rio Branco (AC). Começamos a escrever esse diário simplesmente para ter uma maneira de entrar em contato com nossa família, mandando notícias, uma vez que para ligar do Peru seria bem inviável. Então, gostaríamos de agradecer aos nossos amigos que estiveram um pouco presentes conosco através desse relato, aos nossos familiares que nos acompanharam por aqui e passaram notícias aos nossos pais, pois os mesmos não têm muita intimidade com tecnologia. Gostaríamos de agradecer ao Sandro Mackenzie por ter sido nosso consultor desde o início do planejamento da viagem, a tia Cremilda (tia da pequena) que nos abrigou em Rio Branco (AC) e a Deus que esteve presente sempre conosco nessa empreitada.
Até agora escrevemos juntos os textos (Franklin e Pequena), agora dividiremos para cada um escrever o que quiser, mas em 1+1 sem juros. Hoje Eu (Franklin) e amanhã ela (Pequena):
Para mim a viagem foi uma grande superação, primeiro para mostrar que não devemos ter medo do desconhecido, pois muitas vezes o medo está no nosso interior, e cabe a nós combatê-lo. Segundo, serviu para tirar um pouco daquele “pré-conceito” de que nós brasileiros somos melhores em relação ao Peru. Nós temos muito que aprender com os peruanos, em diversos quesitos. Eles nos dão aula no que se diz repeito à limpeza, na qual por menor que seja a cidade, não se vê lixo jogado no chão, ainda que não haja lixeiras nas ruas nem se veja campanhas educativas obre esse assunto na Tv, pois eles têm consciência de preservação. Outra coisa é no quesito educação escolar, ou seja, as escolas públicas são totalmente estruturadas, que seja em uma cidade grande (como Cuzco), que seja em uma pequena (tal como Urubamba). Amei conhecer essa região, a cultura, ter contato com o povo e aprender muito com eles. Sim, o Peru tem muitos problemas, mas jamais será uma nação inferior ao Brasil.
Obrigado a Pequena que me aturou, acalmou, acompanhou nos risos, nos choros e na alegria de vivermos essa experiência juntos.

Que todas as energias positivas nos acompanhem sempre!