terça-feira, 8 de abril de 2014

Como se escala o Everest?

Com muita paciência! A subida rumo ao cume pode levar semanas, pois os alpinistas fazem escalas em vários trechos da montanha para se adaptar à altitude. E, além da paciência, também é preciso ter muita grana. Cada alpinista precisa desembolsar entre 40 mil e 60 mil dólares para escalar o Everest. Parte desse dinheiro fica com os governos da China e do Nepal, que cobram pedágios de até 10 mil dólares de cada pessoa que pretende chegar ao cume mais alto do mundo. Desde 1953, mais de 2 mil pessoas já conseguiram realizar essa façanha. E põe façanha nisso! O frio no alto da montanha pode chegar a 70 ºC negativos e o ar rarefeito deixa o corpo em pane: os músculos perdem força, o cérebro não soma 2 mais 2 e o pulmão corre o perigo de sofrer um edema. Mais de 200 pessoas já pagaram a aventura com a própria vida...

O céu é o limite Saiba como é a escalada pela rota sul, a mais usada!!!
 
10. Os alpinistas costumam iniciar o ataque ao cume à noite. Partindo do acampamento 4, eles levam 12 horas para subir até lá. É preciso estar no cume por volta do meio-dia para dar tempo de voltar ao acampamento 4 ainda de dia. Só dá para apreciar a vista por alguns minutos.....


9. A Cornice Traverse termina no Degrau de Hillary, uma escadaria vertical de 12 m, escalada com cordas. O trecho é tão estreito que só passa uma pessoa por vez. A falta de oxigênio e o cansaço fazem com que muitos desistam aqui, a 50 m do cume!

8. Para chegar ao cume, há ainda dois obstáculos. O primeiro é a Cornice Traverse. São só 120 m de caminhada, mas você segue numa trilha estreita, exposta ao vento e com abismo dos dois lados! Qualquer erro pode ser fatal!

7. O último acampamento é o 4, montado um pouco abaixo da chamada zona da morte. É que, a partir dos 8 mil m, o alpinista tem tempo contado para alcançar o cume e voltar à zona de segurança antes que seu corpo entre em colapso e ele morra

6. O desafio entre os acampamentos 3 e 4 são os paredões Yellow Band e Geneva Spur. São trechos em rochas sem gelo. Nesta área, os alpinistas também começam a sentir necessidade de usar tubos de oxigênio por causa da altitude acima dos 7 mil metros.

5. Devido à inclinação do Everest, quem escala pela rota sul desvia pelo Lhotse, a quarta maior montanha do mundo, no trecho entre os acampamentos 2 e 3. Mas o atalho não é fácil: trata-se de um paredão de gelo com inclinação de até 80 graus em alguns pontos!

4. No caminho até o acampamento 2, os alpinistas passam pelo vale glacial Western Cwm. É uma caminhada sem grandes desafios técnicos, mas a falta de vento e a exposição direta ao Sol levam os alpinistas ao desespero devido ao calor. Eles rezam para uma nuvem tapar o Sol...

3. Com cordas e escadas já montadas no caminho, o trajeto até o acampamento 1 dura seis horas. Aqui, a 6 100 m, os alpinistas passam mais uns dias se aclimatando à nova altitude. Nos demais acampamentos, sempre entre dois trechos difíceis da escalada, essa rotina se repete

2. Entre o acampamento-base e o acampamento 1 já há um primeiro grande desafio. O trecho chamado Cascata de Gelo Khumbu é um grande e instável labirinto de blocos de gelo, com fendas entre eles. Para atravessá-las, escadas são improvisadas como pontes

1. O acampamento-base, de onde saem as expedições, fica numa altitude de 5 400 m. Os alpinistas passam uns dez dias lá se habituando ao ar com 50% menos oxigênio que ao nível do mar. Nesses dias, eles treinam pequenas escaladas na região

Do topo ao túmulo Confira a evolução das escaladas bem-sucedidas e das mortes no Everest.
 
Período - 1922 - 1952
Sucesso - 0 pessoas
Mortes - 13 pessoas

Período - 1953 - 1960
Sucesso - 6 pessoas
Mortes - 0 pessoas

Período - 1960 - 1970
Sucesso - 18 pessoas
Mortes - 6 pessoas

Período - 1970 - 1980
Sucesso - 78 pessoas
Mortes - 28 pessoas

Período - 1980 - 1990
Sucesso - 183 pessoas
Mortes - 59 pessoas

Período - 1990 - 2000
Sucesso - 883 pessoas
Mortes - 59 pessoas

Período - 2000 - 2006
Sucesso - 1 081 pessoas
Mortes - 37 pessoas

Kit alpinista Botas duplas e até escada fazem parte do equipamento usado
 
Botas + grampões São usadas duas botas: uma de trekking e outra de tecido isotérmico por dentro. Os grampões são encaixados sob a bota nos trechos de neve dura ou gelo
Escadas
Servem para atravessar fendas. Dependendo do tamanho do desafio, podem ser amarradas umas às outras
Garrafas de oxigênio
Imprescindíveis acima dos 7 500 m, garantem que o corpo receba um nível ideal de oxigênio
Piolet (martelo)
É a principal ferramenta para escalada em montanhas geladas. Fixado com golpes firmes no gelo, sustenta o corpo do alpinista e serve para cavar
Cordas e grampos
As cordas salvam a vida no caso de queda, e os grampos fixam as cordas nas rochas ou no gelo

Checklist:

 TRONCO:
- Segunda pele/Base layer leve: US$30
- Segunda pele/Base layer Polartec®: US$45
- Jaqueta de Polartec® ou “fleece”: US$149
- Jaqueta de duvet (pluma de ganso): US$259
- Anorak impermeável: US$350

PERNAS
- Segunda pele/Base layer leve: US$28
- Segunda pele/Base layer Polartec®: US$40
- Calça de fleece ou Polartec®: US$75
- Calça impermeável*: US$95
- Polainas de neve: US$70
*Algumas optam por calça de snowboard ou modelos com suspensórios (salopetes), vai da preferência de cada um.

CABEÇA
- Balaclava: US$30
- Goggles de neve fator 4: US$115
- Oculos de neve fator 4: US$129
- Gorro de Polartec® ou similar: US$25
- Gorro/bandana do tipo Buff: US$15

Aqui fica uma opinião minha. Particularmente prefiro o conjunto balaclava+goggles por ser muito mais confortável e por proteger 100% do rosto e pescoço da radiação solar, caso prefira um conjunto mais leve e opte pelo óculos, considere o protetor solar (FPS 60!) o seu melhor amigo! A bandana tipo Buff também é muito versátil na cidade e na montanha, vale o investimento.
Obs: tenha sempre um óculos de Sol reserva!

PÉS
- Meias gossas de merino (Smartwool, Fox River, Lorpen) para alta montanha : US$35 o par.
- Meias intermediárias para trekking e aproximação: US$22 o par.
- Meias liner (base layer): US$10 o par.
- Bota de trekking impermeável (Asolo, Scarpa, Vasque, Salomon): US$235
- Bota dupla ou bota de couro para alta montanha (Asolo, Koflach, Scarpa, La Esportiva): US$390

MÃOS
- Par de luvas “liner” ou segunda pele: US$28
- Par de luvas Windstopper®, Polartec® ou fleece: US$52
- Par de luvas impermeáveis ou de Goretex®: US$90
- Par de luvas mitten, (shell) : US$115

A  lista é extensa, mas estas roupas podem ser adquiridas aos poucos e algumas até mesmo alugadas no país destino. Para algumas montanhas menos frias, e abaixo dos 6.000m podemos excluir ou ajustar alguns desses itens, mas convém consultar um especialista. Procure adquirir principalmente boas luvas, meias e calçados apropriados. As extremidades das mão e pés são as partes mais vulneráveis em baixas altitudes.

Agora que ja falamos de vestimentas, vamos aos custos de outros equipamentos essenciais:

EQUIPAMENTOS:
- Barraca pequena 4 estações: US$550
- Bastões de trekking (par): US$80
- Cadeirinha de escalada (harness): US$90
- Corda de escalada (60m): US$229
- Cordeletes (10 metros 6mm): US$10
- Canivete multiuso: US$39
- Capacete: US$72
- Comida liofilizada: indefinido
- Conjunto de costuras de escalada: US$94
- Crampons: US$149
- Estacas de neve (2 un.): US$48
- Fita expressa de escalada ou 2 metros de fita tubular. US$10
- Fogareiro MSR: US$149
- Freio ATC: US$30
- Headlamp: US$75
- Isolante térmico (eva/espuma): US$29
- Isolante térmico inflável: US$60
- Mochila Cargueira (70l): US$219
- Mochila de ataque (30l): US$120
- Mochila marinheira (100l): US$100
- Mosquetões sem trava (4un.): US$80
- Mosquetões com trava (2un.): US$60
- Panelas e talheres de camping: US$46
- Parafusos de gelo (jogo): US$160
- Porta Parafusos – US$30
- Piolet de marcha: US$180
- Proteções plásticas para ponta de piolet US$12
- Piolet técnico* (o par, caso necessário): US$560
- Saco de dormir de duvet: US$479

Enfim, estes são equipamentos essenciais. Ainda poderiamos inserir nessa lista diversos outros itens como equipamento de GPS, pilhas, silver tape, daisy-chain, primeiros-socorros, garrafa térmica,  hand warmers e outros mais. Como mencionei acima, cada montanha é única e em algumas delas o uso de crampons e piolets por exemplo é desnecessário. É preciso pesquisar bastante e se planejar antes de seguir viagem.
Outra possibilidade muito comum é contratar a estrutura de acampamento base com uma agência local, isso exclui a sua necessidade de providenciar utensílios de camping e alimentação por exemplo. Em algumas montanhas mais populares como o Aconcagua esta opção é viável, já em outras como o McKinley no Alasca, esta “terceirização” não é possível.

Para escalar o Everest por exemplo, um montanhista pode chegar a desembolsar valores entre US$50.000 (da forma mais básica possível) até US$120.000 (!) entre passagens, permissos, logística, sherpas e equipamentos.

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